A Organização das Nações Unidas
consagrou o dia 27 de Janeiro, aniversário da libertação do campo de concentração
e extermínio de Auschwitz-Birkenau, como o Dia Internacional em Memória das
Vítimas do Holocausto. Portugal juntou-se oficialmente a esta evocação através
da Resolução da Assembleia da República n.º 10/2010, de 2 de fevereiro.
O regime nazi iniciou medidas de
perseguição e repressão logo após chegar ao poder, em 1933. Os alvos eram, para
além dos opositores políticos, sindicalistas, homossexuais, ciganos e judeus.
Ao longo dos anos trinta, a perseguição a estes dois grupos étnicos agravou-se.
Com a invasão da Polónia, em 1939, a repressão estendeu-se aos mais de dois
milhões de judeus que aí viviam. Seguiu-se o processo de organização da
“Solução Final” da questão judaica.
O Holocausto foi o processo de
genocídio, organizado e metódico, com o objetivo de aniquilar os judeus da
Europa e levado a cabo pela Alemanha nazi. Lembrar e ensinar estes
acontecimentos contribuem para refletirmos sobre os perigos da indiferença às
violações dos direitos humanos, ontem e hoje. Para que a Europa do arame
farpado, dos muros, das vedações, das fronteiras fechadas, dos comboios e
carruagens lotadas, das pessoas e famílias de malas revistadas e bens
confiscados, não seja a imagem do presente ou do futuro.
Ao relembrar as vítimas e
sobreviventes, renova-se a esperança e a determinação em prevenir as
atrocidades cometidas no passado recente. Não conseguimos prever o futuro, mas
temos o dever de lembrar o passado, como um alerta para os perigos que a Europa
enfrenta hoje.
Lembrar o passado significa
aprender com os erros. Significa que podemos reescrever a história de todos
aqueles e aquelas que precisam de nós, hoje e agora. Rejeitando o discurso do
ódio, da xenofobia e do preconceito. Defendendo o direito universal, de viver
em igualdade, sem discriminação, respeitando a dignidade e os direitos humanos.
A Europa do século XXI tem o
dever de lembrar e defender os princípios firmados nos Pós-Guerra. Lembrar que
o lema da União Europeia – «Unida na Diversidade» – é hoje posto à prova.